sexta-feira, 17 de abril de 2009

Motivando o CANTO CORAL




A IMPORTANCIA DA MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM

O regente é o mediador entre os motivos individuais e os alvos a serem alcançados.
A compreensão e o uso adequado das técnicas motivadoras resultarão em interesse, concentração de atenção, atividade produtiva e eficiente do grupo.
A falta de motivação conduzirá a aumento de tensão emocional, problemas disciplinares, aborrecimento (tédio), fadiga a aprendizagem pouco eficiente do grupo.
A motivação fornece energia para ação; a aprendizagem é responsável pelo aparecimento das atividades adequadas para a satisfação das necessidades.



CONCEITO E NATUREZA DO MOTIVO

MOTIVO – Latim “movere, motum” = aquilo que faz mover.
MOTIVAR – Provocar movimento, atividade em um indivíduo.
MOTIVO Condição interna, relativamente duradoura, que leva o indivíduo a, ou que o predispõe a persistir em, um comportamento orientado para um objetivo, possibilitando a satisfação visada.
MOTIVAÇÃO: Processo que produz tais condições.
MOTIVO – Desenvolve as necessidades ou desejos, existentes no indivíduo, ligados a uma intenção de atingir um objetivo adequado, e que o impelem a agir em uma determinada direção.


TIPOS DE MOTIVAÇÃO

Com referência ao objeto de aprendizagem (repertório, ensaio)

a) MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA – relacionada ao objeto da aprendizagem
b) MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA – externa à atividade da aprendizagem; não resulta do interesse pelo ensaio em si.

Quanto ao efeitos produzidos:

a) POSITIVA – Recursos motivadores que não perturbam a personalidade do aluno (elogio, envolvimento do ego)
b) NEGATIVA – Conduz à aprendizagem, mas é anti-psicológica e anti-educativa, pois traz perturbações à personalidade (castigo, ameaça, etc)


FASES DA MOTIVAÇÃO

"Apreensão ou tomada de consciência do valor.
Relacionamento subjetivo da pessoa com o valor apreendido.
Deflagração a polarização de esforço pessoal na consecução do valor"


Psicologia da Aprendizagem
UNI-RIO
Prof.ª Vilma Barbosa Soares



A MOTIVAÇÃO INDIVIDUAL

Apesar de muitas recompensas virem por intermédio de outros, as mais prazerosas vêm de dentro. A maioria dos atletas que batem recordes mundiais, continuam a manter seus treinos rigorosos.
Todos nós apresentamos diferentes níveis e características para essa necessidade de realizar, executar, construir, implementar, produzir, explorar, desempenhar, desenvolver, atingir e, virtualmente, quaisquer coisas que nos façam experimentar esse sentimento intenso de satisfação.
INDIVÍDUOS COM BAIXA NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO tendem a estipular metas fáceis de se atingir para evitar o fracasso ou até mesmo muito difíceis, quase impossíveis de alcançar. Eles realmente preferem o sucesso, mas a maioria não sente grande satisfação com sua conquista, e sim um grande alívio ao evitar o fracasso. Sucessivos fracassos levam à desistência.
INDIVÍDUOS COM ALTA NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO estipulam metas desafiadoras, realistas e possíveis, e muitas vezes têm a capacidade de correr riscos e de transformar fracassos prévios em estímulo, para levá-los ao caminho da realização e da vitória. Esses indivíduos não têm medo do fracasso quando sentem que fizeram o seu melhor nas tentativas. São pessoas extremamente preocupadas com seu desempenho e nível de habilidade, escolhendo atividades com resultados claros e objetivos, preferindo receber críticas duras de quem entende de assunto a receber comentários amigáveis de pessoas menos competentes. Eles preferem “quebrar a cabeça” com um problemas a precisar pedir ajuda. É como dividir grandes problemas em partes menores e resolver uma parte de cada vez, sem perder a coragem diante das dificuldades e obstáculos. Além disso, esse indivíduos estão altamente empenhados em vencer seus desafios, buscam tempo suficiente para planejar e organizar suas ações, sem se preocupar com gratificações, pois acreditam que elas virão com o tempo.



Expandindo sua criatividade
Daniel Zetune


TREINE A EMOÇÃO E ARTE DE PENSAR PARA TRABALHAR EM EQUIPE

Primeiro: Vacine-se contra o individualismo
O isolamento conspira contra o trabalho em equipe e a eficiência intelectual
Os fortes não se envergonham de ser ajudados
Os líderes são amigos da interação.

Segundo: Aprenda a ouvir o que os outros têm a para dizer e não o que você quer ouvir
Ninguém conseguirá trabalhar em equipe se não aprender a ouvir. Ninguém aprenderá a ouvir se não aprender a se colocar no lugar dos outros.
Você só poderá compreender o que eles sentem e pensam se você aprender a se esvaziar dos seus preconceitos.

Terceiro: Estimule os outros a expressar seus pensamentos
Seja aberto, livre e espontâneo. Cuide do seu tom de voz e da sua maneira de se expressar, pois às vezes você pensa que está sendo aberto e espontâneo, mas está vendendo a imagem de uma pessoa autoritária.
Um líder não é aquele que está acima dos outros, mas o que estimula as pessoas a romper seu isolamento.
Mostre aos participantes que não pessoas não inteligentes, há pessoas que ainda não aprenderam.

Quarto: Analise as idéias dos participantes sem preconceitos
Amplie seus horizontes. Não se sinta ameaçado a diminuído quando o pensamento dos participantes se confrontar com o seu.
Treine não fazer suas idéias verdades absolutas. Nunca se diplome na vida, há sempre o que aprender com alguém.

Quinto: Valorize toda a participação:
· Nunca diminua os participantes quando suas idéias não forem aceitas ou não forem brilhantes .Alguns segundos de rejeição podem bloqueá-los para sempre.

Treinando a emoção para ser feliz
Augusto Cury



DIFERENTES MANEIRAS DE MOTIVAR



E L O G I O

Os diferentes tipos de pessoas que trabalham com você, exigirão diferentes doses e tipos de incentivo.” (Hans Finzel)


DESESPERADOS
Esse é o grupo que não se satisfaz com elogios e as carícias. Eles ficam desesperados por aprovação. Qualquer pessoa assim parece estar prestes a desistir, até que seja puxada de volta com distribuição de elogios e carícias. Muitos novatos em um grupo precisam desse tipo de atenção para assegurá-los de que serão bem-vindos e farão um bom trabalho.


INSTÁVEIS
Por algum tempo o corista aceitará satisfatoriamente a trabalhará sem muita necessidade de atenção. Mas depois ele entrará num vale emocional. Problemas pessoais? Conflitos em casa? Quem sabe? Mas ele começará a mostrar sinais que necessita de mais atenção. Um bom líder aprende a ler os sinais de instabilidade no rosto de seus companheiros.


PESSOAS “NORMAIS”
Existem? Essa é uma espécie em extinção! Quanto mais anormal e rígido for o passado de uma pessoa, mais ela necessitará de seu incentivo regular. As gerações mais jovens precisam de mais nutrição do que os mais veteranos.


PILOTOS-AUTOMÁTICOS
Pessoas que não necessitam de elogio algum. São tão fortes e ocupadas, que qualquer tentativa de elogio não é nada mais que um mosquito desagradável, voejando em volta de seu rosto. Elas evitam com um ar de confusas. Há também as pessoas que vêem as tentativas de elogios com grande desconfiança: O que ele quer de mim? O que virá depois? Pessoas que provavelmente tiveram más experiências com gente que tentou tirar vantagem delas. Com eles tudo que precisamos é cultivar a amabilidade.
I Tessalonicenses 5.14: “Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociosos, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes com todos...”
Porém os que trabalham com você devem saber que você não elogia automaticamente por tudo, tenha padrões e ideais altos. Mas saiba que sempre há alguma coisa boa a ser encontrada, mesmo com as pessoas com quem é mais difícil de trabalhar. Exercite dizer ou escrever três palavras amáveis a alguém diariamente.

· "Os incentivos não duram. Precisam ser reforçados após um longo período de seca."

Dez erros que um líder não poder cometer
Hanz Finzel

A B R A Ç O

Abraçar é um instinto, uma resposta natural a sentimentos de afeição, compaixão, carência e alegria. Abraçar também é uma ciência, um método simples de oferecer apoio, cura e crescimento, com resultados excelentes.
O toque físico não é apenas agradável. Ele é necessário. A pesquisa científica espalda a teoria de que a estimulação pelo toque é absolutamente necessária para o nosso bem-estar, tanto físico quanto emocional.
O toque terapêutico, reconhecido como uma ferramenta essencial para a cura, constitui agora parte do treinamento dos profissionais de enfermagem, em vários centros médicos. O toque é usado para ajudar a vontade de viver dos pacientes, para ajudar bebês prematuros a crescer e a desabrochar.
Vários experimentos demonstraram que o toque pode: Fazer-nos sentir melhor com nós mesmo e com o ambiente à nossa volta. Ter um efeito positivo sobre o desenvolvimento da linguagem e sobre o QI das crianças. Provocar mudanças fisiológicas mensuráveis naquele que toca e naquele que é tocado.
ABRAÇO DE URSO: Pessoa alta com outro baixinho
ABRAÇO PADRÃO
ABRAÇO SANDUICHE:
Familiar, três pessoas.
ABRAÇO RELÂMPAGO
ABRAÇO GRUPAL
ABRAÇO DE LADO
ABRAÇO PELAS COSTAS:
mãe e filho
ABRAÇO DO FUNDO DO CORAÇÃO
ABRAÇO AO GOSTO DO FREGUÊS


Abraços: Onde, Quando e Por Quê?

Qualquer lugar é o lugar certo para trocar abraços quando coração está aberto.
Um abraço pode transformar um cenário desolado...num lugar aodrável.
Alguns gostam de abraçar antes do ensaio, outros depois. Os sentimentos que o abraço provoca – afeição, simpatia, consideração, simples alegria – podem acontecer a qualquer hora.

A Terapia do Abraço
Kathleen Keating


A L G U M A S DICAS

1. Aprecie trabalhar com pessoas e não somente com vozes.

Cada indivíduo tem a sua dinâmica própria.
2. Não torne o ambiente de ensaio mais uma obrigação do corista. Ele deve desejar estar ali. Lembre-se você está trabalhando com VOLUNTÁRIOS.
3. Planeje bem os ensaios. Não corra atrás do prejuízo. Prepare antecipadamente o material a ser utilizado, seja pontual, estude.
4. Escolha um repertório POSSÍVEL de ser executado pelos seus cantores. Reconheça o nível musical de seu grupo e o seu próprio.


FÁCIL – Bem feito X DIFÍCIL - Mal feito.


1. Ouça os coristas não somente quando cantam. Na medida do possível acate algumas opiniões.
Conforme-se: talvez o seu grupo coral nunca atinja ao nível musical que você espera. Relaxe
2. Não queira usar o coral para mostrar o quão grande músico que você é.
3. Lembre-se você também já foi corista.
4. Fuja da rotina, seja criativo.
5. Aprenda a reconhecer os pequenos avanços de cada indivíduo. Elogie sempre.


NUNCA COMPARE SEU CORO COM OUTRO.


6. Encontre seu próprio canal de motivação.
7. Transforme o ambiente de ensaio num local de auto-conhecimento, auto-avaliação e auto-descoberta.


O ENSAIO UM AMBIENTE TERAPÊUTICO

Embora abrangente este tema não poderia deixar de ser comentado. A terapia por intermédio da música já é alvo de estudos acadêmicos, e também da formação profissional em nível de Graduação e Pós-graduação, embora a profissão de Musicoterapeuta ainda não seja reconhecida no país. A atuação acontece, resumidamente, como trabalho terapêutico alternativo auxiliado pela música, que traz benefícios comprovados àqueles que com ela tem contato.

A freqüência com que os adultos desafinados procuram se envolver com atividades musicais indica a importância da música na vida dessas pessoas. Tal fato nos faz compreender os relatos dos alunos que alegam ter aumentado o bem estar geral e maior confiança em suas atitudes cotidianas depois de terem iniciado as atividades musicais, sejam elas aulas de canto, ensaio de coros etc (SILVIA SOBREIRA, Desafinação Vocal).

VOZTERAPIA OU CANTOTERAPIA

A vozterapia foi descoberta pelo médico Alfred Wolfsohn a partir de sua experiência de fuga dos campos de concentração na 2ª guerra mundial, onde no imenso túnel subterrâneo, rota de fuga, ouviu sons quase não humanos produzidos pelas vozes transformadas pela agonia, chamadas por ele de vozes “in extremis”. A partir daí desenvolveu e poliu os ruídos que o canto tradicional negava, fazendo com que o aluno descobrisse em si uma voz bem mais potente e extensa, através da experimentação de fortes emoções. A vozterapia tem como objetivos: a) a expressão em oposição ao mecanismo de depressão; b) o funcionamento total e equilibrado do corpo, mente e espírito; e c) a espontaneidade vocal tornada um veículo de emoção pura.

A vozterapia está mais perto de nós do que pensamos, embora praticada por leigos e sem nenhum acompanhamento profissional. Por algumas vezes estivemos nestes lugares onde estão presentes os “videokês”, e é interessante ver e ouvir aquelas pessoas, que geralmente não conhecedoras da técnica vocal, agirem com tanta espontaneidade e alegria. Não se importam com a exposição pessoal a uma platéia que por vezes acha graça. E chegamos a conclusão que o que vale mesmo não é atingir a perfeição da interpretação da peça escolhida, mas a exteriorização de um desejo. O de cantar. Afinal, diz o ditado popular: “quem canta os males espanta”.

No canto coral acontece a mesma coisa. Embora seja feito em conjunto, aliás, muito diversificado em idade, experiências musicais, condição social e nível cultural, são um ato individual. Nesse momento, cantar é expressão de uma emoção que é a causa e conseqüência ao mesmo tempo.

"Quando você canta bem(...), cria poderosas vibrações emocionais e sonoras que podem mexer com você, elevar seu espírito, expandir sua mente e, às vezes, fazer você sentir que está levantando vôo, ascendendo e se expandindo para além do seu ser. Essas vibrações, através da liberação da tensão nervosa, aliviam a trazem paz para sua mente".

(STHEPAN CHUN-TAO CHENG, O tao da voz).

"Não há dúvidas que cantar faz bem para o corpo, porque é uma atividade que exige uma concentração constante durante sua execução, já que inúmeros músculos trabalham em simultaneidade. Durante este período, com a voz emitindo vibrações que ‘massageiam’a caixa encefálica, o indivíduo mergulha num mundo próprio, e se alheia do externo. Aqueles momentos são uma forma de meditação, agindo assim também como uma terapia".

(Vera do Canto MELLO, A Voz no Século XX – II Congresso Brasileiro de Canto)

"É importante lembrar que a igreja, após a Reforma Protestante, teve o papel importante na difusão da música vocal. Foram as catedrais que abrigaram as primeiras manifestações vocais artísticas (apesar de sempre existir música vocal fora da igreja): cantatas, oratórios etc. E hoje a música coral tem proporcionado além da possibilidade de expressão, a liberação de sentimentos e a terapia interior. Silvia Sobreira escreve que: Pessoas ligadas às religiões protestantes, com contato estreito desde infância com o ambiente musical muito propício, cantam com muita desenvoltura". (2002, p.180).


O Canto Congregacional como Instrumento Musicalizador
Uni-Rio 2001 – Marcos Héber Paiva

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